Filme é sobre Christian, um escritor pobre que se apaixona pela mais cobiçada cortesã de Paris, Satine. Christian participa da produção de uma peça cuja protagonista é sua amada e o patrocinador é seu outro pretendente, o duque de Monroth. Assim começa a velha história de um pobre e um rico lutando pelo amor de uma linda jovem, tendo como cenário o bordel e futuro teatro Moulin Rouge.
A palavra "love" nunca foi mencionada tantas vezes em um único filme. Baz Luhrmann traz às telas uma história que é chamativa e intessante mas foi construída com infantilidade, previsibilidade e com romance em demasia. Visualizamos uma história que, com os cenários espetaculares e a produção de primeira, teria tudo para dar certo mas não deu. Até que Nicole Kidman e Ewan McGregor conseguem emocionar em alguns cenas, como na tão esperada estréia da peça que estavam ensaiando durante todo o filme, mas a trama não passa de ser bonitinha. Em relação ao repertório das músicas, que conta com famosas como "Smells like teen spirit", "Like a Virgin", "How wonderufl life is", "Lady Marmelade", voltamos ao mesmo problema: excesso de romance. Quase todas as músicas estão nas cenas de Satine e Christian, o que faz com que cansemos de ver o casal declarando seu amor. Só para remarcar, as melhores canções presentes não são as românticas. Fizeram uma miscelânea de várias músicas conhecidas que teria funcionado se tivessem sido mais bem escolhidas.
Enfim, "Moulin Rouge" é, como dito, um filme bonitinho e fica por aí mesmo. E como ganhou 2 Oscar, de Melhor Direção de Arte e Melhor figurino, perbecemos que houve justiça na premiação, pois essas são algumas das poucas coisas que realmente deslumbram no musical.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Moulin Rouge
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
O Grande Ditador
Nessa sátira imperdível, Charles Chaplin interpreta dois personagens: um barbeiro judeu e o grande ditador Adenoid Hynkel (pra não dizer que era o nazista Adolf Hitler). As duas histórias vão se alternando durante a trama e prometem não só momentos de altas risadas, mas críticas ácidas contra a guerra. Você vai ver um Hitler, ou melhor, um Hynkel, de um jeito que todos sempre quiseram e que nunca foi mostrado: inseguro, infantil e hilário. Chaplin brinca com um dos maiores tiranos da história buscando elementos bizarros, sem-sentido e controversos de sua própria ideologia e atitudes para usar contra seus criadores ("Um mundo de loiros com olhos azuis governado por um ditador moreno!", exclama ele). A personalidade do líder nazista e seus aliados é ridicularizada de um modo genial e para finalizar, vemos um Charles Chaplin na tela proclamando palavras anti-guerra tão poderosas como nunca vistas, capazes de emocionar e inspirar qualquer espectador. Comédia de primeira-classe!
sábado, 27 de dezembro de 2008
O Bebê de Rosemary
Uma jovem recém-casada muda-se para um apartamento e faz amizade com um casal de idosos que moram ao lado. Mais tarde, começa a desconfiar que eles são bruxos e que até seu marido está envolvido em um pacto para machucar seu bebê.
Roman Polanski ("O Pianista") é um dos diretores mais respeitados no mundo e pode-se perceber o porquê nesse perturbador terror psicológico. Não há nessa trama sangue, fantasmas ou coisas do tipo, sendo o suspense bem sutil durante toda a história. Sentimos com a personagem a desorientação causada pelos misteriosos acontecimentos envolvendo sua gravidez em seu apartamento. É um suspense pé-no-chão, pois teve cuidado em não tornar o roteiro apelativamente assustador e nem fez questão de exibir demasiadamente o conteúdo sobrenatural, que é o que estamos acostumados a ver em suspenses atuais. Talvez o que tenha desapontado muita gente seja o final, que não foi como esperávamos. Mas isso é bom, porque não terminou com a mesmice de sempre.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Filme mais esperado de 2008 é bom e cansativo ao mesmo tempo.Ao contrário do anterior "Batman begins", esse novo filme vai se tornando cansativo a cada minuto pelo excesso de densidade no roteiro.
Batman agora tem aliados, como o promotor-herói Harvey Dent e o tenente Gordon para ajudá-lo no combate contra o crime organizado da cidade de Gotham, mas que também conta agora com o apoio do psicopata maquiado Coringa.
Após o seqüestro de Harvey e Rachel, começamos a escutar aquela típica música de suspense presente no clímax de quase todo filme e que se estande até o final, que só chega depois de muito tempo. A cada momento achamos que o filme vai terminar, mas a pretensão dos roteiristas não permite e a ação e o suspense continuam, o que faz com que o espectador chegue exausto ao seu término. Após essa minha impressão com a qual ninguém vai concordar, devo admitir que o Coringa foi um dos personagens mais bem feitos do cinema e é ele quem atrai toda a atenção na trama. A impressionante atuação de Heath Ledger dispensa comentários, mas esse não foi o único ponto a favor: não a história em geral, mas a mensagem que o filme passa e as falas usadas para tal também são respeitáveis, e a produção nem se fala. Mas para finalizar, mesmo com toda a equipe de celebridades presente, não é excelente por completo.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
O Nevoeiro
Um dos melhores filmes baseados em obras do mestre do suspense Stephen King.
Assim como Almodóvar tem suas características de filmar bem visíveis, King também tem seu estilo original de escrever. Suas ficções excêntricas, sarcásticas, brutais e cheias de fantasia tornam-no um dos mais célebres escritores americanos.
"O nevoeiro" traz a história de um grupo de pessoas que fica preso dentro de um supermercado depois que uma névoa cobre toda a cidade, e onde estranhíssimas e asquerosas criaturas estão habitando. Não há freios para a imaginação de King. Nem freios, nem falta de ousadia. O filme, além de trazer alguns litros de sangue, gritos, pânico, pulos do sofá, também aborda temas que podemos chamar de... filosóficos. Fanatismo religioso, a insanidade humana e o que o medo causa nas pessoas também estão presentes nesse espantoso filme de modo muito interessante. Mestre King parece um escritor realista no que diz respeito à sua falta de crença no ser humano. Até agora disse somente sobre o enrendo do romance, mas em questão de adaptações de livros de Stephen, como a história é o mais importante, entenda que também estou elogiando o longa-metragem.
Na obra cinematográfica, com certeza poderiam ter escolhido um ator melhor do que David Drayton para o papel principal, mas não poderiam tê-lo feito com a fanática religiosa Carmody, interpretada com talento por Marcia Gay Harden. Os efeitos especiais não são nem de perto como os de Steven Spielberg (na verdade, ficam bem longe disso), mas isso é o de menos. Ao contrário do que esperava, é um bom filme e seu desfecho é um dos mais cruéis que já assisti, como o conto bíblico de Abrãao e o sacrifício, porém com outro final. Isso que dá não escutar a maluca da Carmody...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
V de Vingança
Em um futuro incerto, em uma Inglaterra totalitária, surge um opositor mascarado (codinome "V") que planeja uma revolução contra o sistema com a ajuda da jovem Evey. É um filme de ficção política inteligente e extremamente marcante.
As semelhanças do governo do chanceler inglês Sutler com o nazismo de Adolf Hitler são incontestáveis. Isso foi um dos motivos que tornou o filme tão emocionante. O roteiro do filme é brilhante e inteligente e junto com os diálogos proporciona uma sensação inédita ao espectador de criar um governo monstruoso nesta nossa sociedade tão marcada pela democracia. Até essa obra de James McTeigue, esse tipo de tema em filmes se restringia no máximo em reconstruções do III Reich. As ideologias monstruosas tendo como cenário a Inglaterra fazem de "V de Vingança" uma trama magnífica. Para quem gosta de cenas de ação, vale ressaltar que em meio aos conflitos políticos e apelos sentimentais, há também cenas de luta que merecem respeito. Não só o personagem revolucionário "V", mas todo o roteiro, tornam a obra obrigatória para todos. A parte na qual Evey é "presa" e aquela cena em que os cidadãos americanos saem às ruas fantasiados merecem aplausos. Todo o filme transpira inspiração para a luta, otimismo e coragem. Precisamos dos três em relação à nossa sociedade pois, principalmente nós brasileiros, estamos acostumados à submissão. O filme talvez tenha pecado em alguns pontos onde injetou ficção desnecessária e que só afastaram a história da realidade, tal como o vírus mortal, mas isso não conseguiu estragá-la.
Taxi Driver
Filme de Martin Scorsese que recebeu 4 indicações ao Oscar apresenta personagem perturbado e roteiro interessante.
Travis é um motorista de táxi vetereno da Guerra do Vietã que sofre por causa da solidão na grande Nova York. Em meio a sua depressão, decide fazer justiça com as próprias mãos contra as "escórias da humanidade", como ele mesmo diz.
O personagem de Robert De Niro é construído tão bem e é tão real que chegamos a sentir sua desorientação. Parte disso se deve com certeza ao trabalho do ator, mas também ao roteiro Paul Schrader que é recheado de diálogos e passagens do diário de Travis (narradas pelo próprio, a propósito, uma ótima técnica como feito "Amnésia") que nos faz conhecê-lo mais profundamente. A trilha-sonora fica em destaque com o som do saxofone em várias cenas onde o motorista dirige seu táxi pelo cenário noturno e sujo da metrópole. Uma cena que me recordo e que merece destaque também é a de De Niro, patético, em frente ao espelho treinando sua pose com as armas. Outra é a que mostra Travis e Iris (Jodie Foster) conversando na lanchonete. Já nessa época a garota já mostrava talento, mesmo sendo uma das poucas partes em que aparece por mais tempo. Resumindo, é um filme que merece ser apreciado.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Por que não energia eólica?
Em meio a tantas notícias de desgraça nesse ano de 2008, uma positiva me chamou a atenção: o Reino Unido vai investir em energia eólica e prometem que em 20 anos toda a população será abastecida com a energia provinda do vento.
Cada cata-vento daquele tem capacidade para abastecer 1.300 casas e existem atualmente em solo e mar britânico 2.100 turbinas que abastecem 2 milhões de famílias. O novo projeto quer triplicar o número dos imensos cata-ventos e aumentar sua potência, assim todas será atendida por eles. Com tanto otimismo, o que freia o desenvolvimento desse mecanismo em mais países é o alto custo: na Grã-Bretanha, cada turbina custa em média R$8 milhões.
Outras desvantagens?
Por incrível que pareça, podem existir mais lados negativos além do preço. Um que é fácil de perceber é o ruído gerado pelas turbinas e o impacto visual nos grandes campos. Entretanto, acredito que não sejam problemas relevantes, tendo em vista que tais campos devem ser construídos afastados da população. Os impactos ambientais mais graves (ou melhor, em minha opinião, menos simples de se resolver) se remetem ao clima. Alguns estudiosos, a partir de simulações, afirmam que as rotações das hélices misturariam o ar frio e úmido com o mais quente da parte mais alta da atmosfera. Isso provocaria uma elevação da temperatura mas também poderia ser resolvido facilmente com a alteração na estrutura dos cata-ventos.
Comparando as vantagens trazidas pela energia eólica, tais como a não dependência dos potenciais hídricos e a diminuição dos impactos no meio-ambiente, com suas desvantagens, parece-me uma boa alternativa a adoção de tal meio de obtenção de energia. Mesmo no Brasil, onde possuímos uma grande quantidade de água, os campos eólicos poderiam ser utilizados no Nordeste ou mesmo substituindo as usinas hidrelétricas que causam mais danos à natureza. Uma usina que está sendo construída no Rio Madeira vai gerar em um ano o suficiente para abastecer o Brasil todo por um mês. Seu custo? R$ 20 milhões. Para construir um campo eólico com a mesma capacidade seria necessário aproximadamente R$ 30 milhões. Isso nos faz perguntar se a diferença de custo é tão alta como nos dizem. Além do mais, empresários britânicos dizem que o dinheiro investido pode ser recuperado em seis anos. Acho que já está na hora de mudarmos nossa forma de domínio sobre a natureza por meios menos nocivos, e esta é uma boa opção, apesar da alteração do clima, barulho, estética, custo ...
sábado, 20 de dezembro de 2008
Apocalypse Now
O diretor de "O Poderoso Chefão" conseguiu fazer um filme com boa fotografia e produção, mas bem entediante.
Em minha opinião, filmes de guerra já são chatos por natureza, a não ser quando têm contéudo histórico. Digo "chato" me referindo ao roteiro, porque em termos técnicos, temos que tirar o chapéu para a maioria.
Em "Apocalypse now", Martin Sheen é o capitão Willard que recebe como missão, na Guerra do Vietnã, encontrar e matar um coronel americano que enlouqueceu e faz suas próprias leis junto com seu grupo.
Não sei se foi porque assisti a versão com 40 minutos extras, mas o trajeto em busca do tal coronel maluco durou uma eternidade. A única coisa que melhorava o humor era as boas imagens que Coppola conseguiu, como os helicópteros no ar e os bombardeios. A parte final, quando finalmente conhecemos o psicopata (Marlon Brando), também tem suas qualidades, como os diálogos interessantes que nos fazem pensar pela milésima vez sobre os horrores da guerra. Não é um filme excelente, mas talvez quem realmente gosta de filmes de guerra encontre o motivo de tanto sucesso dessa obra.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Ata-me!
Típico filme de Almodóvar. Este é o gênero e isso já diz tudo.
Assim que Ricky recebe alta de um hospital psiquiátrico, vai atrás de sua amada Marina, com quem passara uma noite no passado. Para conquistá-la, decide raptá-la para que ela "possa o conhecer melhor", parafraseando o próprio. Assim como está na capa, é uma história de amor à força.
"Ata-me!" é mais um filme desse diretor espanhol que possui estilo próprio e hilário e que por isso não agrada a todos. Eu particularmente admiro seu trabalho, pois personalidade é um ponto forte na sétima arte. Cores fortes, personagens esquisitos, enredo e cenas atrevidas, pornografia explícita e o humor sarcástico marcam essa obra. A simplicidade torna o filme divertido de se ver, e você acaba curtindo toda aquela maluquice que vem à tela como se fosse tudo normal. Mas quando for assisti-lo , vá sabendo que é um estilo bem distinto de qualquer outro (aplica-se a qualquer um do diretor) e se lhe agradar, você está pronto para conhecer todos os outros dirigidos pelo mesmo.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Um estranho no ninho
Outro filme muito comentado é esse, mas depois de tanta ladainha, nem impressiona tanto.
Randle Patrick McMurphy é um presidiário que, para fugir do trabalho, se finge de louco e é enviado a uma clínica para tratamento mental. Uma vez lá, instiga os outros internos a se rebelarem contra as regras do instituto e causa problemas à enfermeira cara-de-gato Ratched, chefe da ala. O roteiro é simples, mas deixa o espectador curioso. Aí entra o grande trunfo dessa obra: a maneira como a história é contada. O elenco é simplesmente tão perfeito que somos obrigados a crer que aqueles não são atores, mas realmente malucos dentro de um manicômio comandado por uma enfermeira assustadora (com excelente atuação de Louise Fletcher). O trabalho de todos é louvável, desde Jack Nicholson com seu personagem insano (será?) McMurphy até os demais malucos. É isso: um filme com situações simples, porém tão bem encenadas, que você não quer que acabe tão cedo.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Anjos do Sol
Primeiro longra-metragem de Rudi Lagemann aborda a exploração sexual que, segundo estatísticas, mais de 100 mil adolescentes brasileiros sofrem.
Maria é uma garota de 12 anos que é retirada da casa dos pais com o propósito de ir trabalhar. Então é enviada à Amazônia para trabalhar em um prostíbulo dirigido por Saraiva. Aqui o inferno começa.
O tema tratado no filme nunca foi explorado por nenhum filme nacional e este obteve êxito se o objetivo era mostrar a realidade dos fatos chocando o espectador. Para um diretor inexperiente, foi um projeto ousado mas ele se saiu bem. A fotografia e as locações são legais e o elenco surpreende mesmo, não só Antônio Calloni, mas os novatos também. Os diálogos são obscenos (normal pra personagens tão sórdidos) e as cenas chocam, principalmente aquela da morte de Inês. O filme nos faz visualizar aquilo que estamos acostumados a ver só em estatísticas. Crianças e jovens colocados no mundo podre da exploração, de onde dificilmente conseguem sair, assim como Maria. Há muito tempo não me choquei tanto.
Cantando na Chuva
Esse que é o clássico dos clássicos de Hollywood é recomendável a todos, até os que não apreciam tanto o gênero.
Don Lockwood é uma estrela do cinema junto com sua colega Lina Lamont. Suas carreiras no cinema mudo estão sólidas até que este começa a ser passado pra trás com a chegada do áudio na sétima arte. Assim, iniciam o projeto de seu primeiro musical com a ajuda de sua amada Kathy Selden. Quase toda a trama se passa num estúdio.
Com humor e descontração, a história e os números musicais são encenados de uma maneira leve e com um visual fantástico. A produção do filme todo chega a assustar de tão bem feita para a época. A maioria das cenas de dança é composta por Gene Kelly e seu sapateado e dentre todas, destaca-se aquela em que dança "Good morning" com Kathy e seu amigo Cosmo. Mas, em geral, todos os números são agradáveis. Sem falar da cena mais famosa da história: Gene e seu guarda-chuva sobre a noite chuvosa cantando "Singing in the Rain". O clássico é animado, romântico, engraçado e merece ser revisto várias vezes.
Os deuses devem estar loucos
Comédia filmada no deserto do Kakahari, África do Sul, consegue provocar boas gargalhadas.
O roteiro por si só já é inusitado: numa tribo de índios africanos, uma garrafa de Coca-Cola é encontrada e passa a ser tratada como um presente dos deuses. Contudo, com a chegada desse presente, cria-se um clima de intrigas na tribo que então escolhe Xi para jogá-la fora no fim do mundo. A partir daí, outros personagens e histórias se conectam.
Além de comédia, o filme traz uma crítica sobre nosso modo de vida moderno. Na tribo, eles não têm noção de individualidade, competição ou qualquer outra coisa que é tão prezada em nossa cultura. Com a chegada da garrafa, conflitos se criam por causa da vontade de posse do tão precioso objeto. O modo como é mostrada a visão de Xi em relação à nossa sociedade é muito interessante. Nos faz refletir quão complexo é o mundo em que vivemos. No meio de toda essa reflexão e crítica, há também muitas cenas cômicas e que prometem boa diversão.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Arquitetura da Destruição
Documentário mostra o Nacional-Socialismo de Hitler com uma visão diferente.
Além da tradicional visão de guerra e crueldade, filme de Peter Cohen busca a essência da ideologia nazista que segundo o documentário, não foi um movimento político, mas sim cultural, artístico e social. A valorização da arte e estética de Hitler não foi somente uma ramificação do pensamento nazista, mas seu esqueleto. Com esse foco, o documentário traz com detalhes e numa linguagem simples as ações do governo do Reich para construir um império mais belo e harmônico, cultuando a beleza e sua raça acima de tudo. Por "ações" entende-se o genocídio de judeus e deficientes, destruição de cidades inteiras, construções de novas e também a adoração à arte da Antigüidade Clássica. Chega a ser cômico os argumentos usados para rebaixar a cultura judaica, tais como usar seu estilo de pintura como prova da presença de doenças mentais de seus artistas. Tais absurdos são expostos em todo o documentário.
Com materiais históricos que envolvem desde os acervos de pinturas do Füher até filmes bizarros de propaganda nazista, Peter Cohen remonta brilhantemente em 121 minutos a personalidade e a história de Adolf Hitler e Alemanha e sua luta na construção de um novo mundo.
domingo, 14 de dezembro de 2008
MINISSÉRIE - Capitu
Minissérie global é adaptação da obra do maior escritor brasileiro às telas.
No ano de centenário da morte de Machado de Assis, Luiz Fernando Carvalho materializa a trama "Dom Casmurro", que povoa a mente de leitores por todo o mundo, com um elenco e produção extremamente respeitáveis. Colocar em palavras o visual deslumbrante que vimos na tela é difícil. Para começar, vale ressaltar o figurino de época de todos os personagens que nos faz acreditar que realmente saíram de dentro do livro. O cenário é tão espetacular que parece saído de algum musical americano. Dispensa mais comentários. Outro ponto extremamente interessante que ainda serviu para poupar o trabalho dos contra-regras foi o uso de cenários modernos como o metrô ou uma rua carioca com muros pichados, criando um contraste entre o passado e o contemporâneo.
Em relação ao elenco, podemos dizer que foram muito bem escolhidos, principalmente em relação à Letícia Persiles(Capitu jovem),Michel Melamed (Bentinho adulto) e Antônio Karnewale(José Dias). Em relação a César Cardadeiro, que interpreta o protagonista adolescente, não acho que o ator tenha demonstrado tanta maturidade para interpretar o papel. Outro ponto que vale ressaltar é que apesar de Maria Fernanda Cândido ser uma ótima atriz e lembrar sim a dissimulada Capitu, não conseguiu manter a personalidade e encanto da personagem no mesmo nível em que a bem menos experiente Letícia o fez. Aliás, a semelhança da atriz com a cigana oblíqua imaginária é incrível. Encontramos também o narrador da história, Bentinho, sendo interpretado pelo talentoso Michel Melamed. Entretanto, sua atuação às vezes chega a ser tão carregada que temos dificuldade de entender o que fala. Mesmo assim, com um personagem construído com uma patetice excessiva na velhice, conseguiu mostrar que é competente. Entre belas ou carregadas atuações, a que mais se destaca é a de Karnewale, o agregado José Dias.
A trilha sonora não deixa de impressionar: rock, músicas clássicas e a música "Elephant gun" formam a principal sinfonia que ouvimos durante a macrossérie. Caiu muito bem.
Entre tantos elogios também encontram-se lados negativos. Talvez em algumas partes sobra ...pretensão. A tentativa de criar um deslumbramento em certas cenas por meio de trilhas sonoras fortes, atuações bizarras ou outros truques faz a trama perder a simplicidade e o telespectador encontrar o tédio. A rapidez de acontecimentos, diálogos corridos e excesso de imagens em alguns momentos dificulta o entendimento do público que não leu o livro. Ora, mas depois de tanta coisa dita (escrita?), tenho o dever de dizer que toda a equipe trouxe à televisão uma das mais lindas minisséries adaptadas.
sábado, 13 de dezembro de 2008
O fabuloso destino de Amélie Poulain
Filme francês é leve, simples e bonito.
A jovem Amélie Poulain, após encontrar uma caixa escondida em seu banheiro por 40 anos e devolvê-la ao dono, decide se intrometer e tranformar a vida de seus conhecidos, quando acaba se apaixonando por Nino, um rapaz tão diferente quanto ela. Uma lição de como podemos mudar o rumo da vida do próximo com pequenos atos. A introspecção e a excentricidade de Amélie Poulain é o que torna o filme tão original e assim como ela, todo o filme é diferente (personagens e imagens, principalmente). Durante algumas cenas, a câmera parece flutuar ao som da magnífica trilha sonora francesa. A personalidade da jovem é muito bem contruída e os diálogos e a históra são cativantes e agradáveis de se ver. "Amélie Poulain" simplesmente não possui defeito comentável. Não é só um filme bonitinho, como muitos dizem, é realmente uma obra-prima do cinema.