Indicado a vários Oscar, filme traz uma bela fotografia, com um roteiro intenso e dramático.
Lee Chandler precisa retornar a Manchester, cidade que abandonou após uma tragédia pessoal, para cuidar dos arranjos do velório do seu único irmão que deixou sob sua responsabilidade seu sobrinho menor de idade. O personagem principal é mostrado desde o início como um homem mal-humorado e solitário, vivendo em seu quartinho e trabalhando como zelador de prédios. Quando é informado da precoce morte de seu irmão, Lee precisa ir a Manchester e então sua história começa a ser desvendada.
Desde os primeiros planos, você pensa: puxa, que belas imagens. O frio constante e a neve fazem a fotografia ficar ainda mais bonita, e combinam perfeitamente com a dureza da história dos personagens. Sendo um filme tipicamente masculino (os principais personagens são homens), a obra de Kenneth Lonergan escapa do clichê de mostrar a relação tio-sobrinho como um vínculo de rivalidade constante, como acontece geralmente em filmes sobre relacionamentos entre homens. Desde o início vemos que a relação entre Lee e seu sobrinho foi afetuosa e próxima e, mesmo Patrick enfrentando a morte do pai no auge de sua adolescência, a relação dos dois não se tornou a típica história do "como conquistar o carinho de um adolescente rebelde". Pelo contrário, apesar de todo o sofrimento presente, a relação dos dois foi tratada de forma realística e madura.
Outro aspecto que dá um refinamento ao filme é a trilha-sonora de violino que acompanha cenas marcantes como a cena da tragédia que destruiu a vida de Lee. Nessa parte, os planos são mudos e só escutamos a longa música clássica que inunda nossos ouvidos, fazendo as imagens ainda mais devastadoras.
Casey Affleck soube incorporar perfeitamente a tristeza do personagem, que carrega uma história extremamente pesada. Durante todo o filme, a postura fechada e meio mórbida de Lee contrasta com momentos de afeto sutil com o sobrinho, fazendo o filme ainda mais comovente.
Um filme sobre como viver o insuportável e o como (não) superá-lo.
Um comentário:
Intenso e difícil de superar... Belo filme, meu caro!
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