Julgar um livro pela capa é tão idiota quanto julgar um filme pelo nome. Essa foi minha conclusão ao terminar de ver esse suspense de Martin Scorsese. Tal afirmação deve-se ao fato de que tenho esse filme há um bom tempo, mas simplesmente o ignorei achando que era um suspense trash. Com isso também percebi outra coisa: estou totalmente desatualizado em relação ao mundo da sétima arte. Nem ao menos sabia que Leonardo DiCaprio e Mark Rufallo interpretavam os papéis principais.
No ano de 1954 o agente Teddy Daniels investiga o desaparecimento de uma paciente do Shutter Island Ashecliffe Hospital, localizado numa ilha em Boston e que recebe doentes mentais perigosos. Em meio à atmosfera sinistra do local, juntamente com seu parceiro Chuck, tem suspeitas de que experimentos psiquiátricos secretos são feitos nos pacientes. Tentando obter provas relacionadas aos mistérios da ilha, enfrenta a resistência do médicos e o caos gerado quando todos os pacientes ficam soltos após um furação atingir a ilha.
Logo na primeira cena, quando os dois policiais federais estão cheganda à ilha numa balsa, percebe-se todo o clima macabro da ilha graças à magnífica trilha-sonora. A sinfonia presente nessa primeira cena e em muitas outras (Krysztof Penderecki - Symphony No. 3 - IV. Passacaglia - Allegro moderato) simplesmente envolve o espectador que fica em estado de suspense durante as mais de duas horas de duração do filme e chega a ser tão marcante quanto o famoso tema de "Psicose". Toda a música restante também é impactante.
O cenário do filme é exatamente o que esperamos de um manicômio-isolado-sinistro-perigoso. A Ala C (onde estão os pacientes mais perigosos) é uma das locações mais sinistras que já vi em filmes. Todo o clima pesado que esperava sentir foi brilhantemente montado.
Leonardo DiCaprio, apesar de não ser um ator muito admirado, fez um bom trabalho como o desequilibrado e traumatizado agente e Mark Rufallo fez ainda melhor como seu calmo e prudente parceiro.
Infelizmente, como meu objetivo aqui não é oferecer spoilers do filme, não irei detalhar mais sobre a trama. Quando assisti-lo, entenderá porque não prolonguei a análise do filme aqui. O que posso dizer é que essa obra me surpreendeu bastante tanto pelo roteiro genial quanto pela bela produção, algo que há muito tempo não via em filmes do gênero.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Ilha do Medo
sexta-feira, 4 de junho de 2010
A Janela
Filme argentino sobre o último dia de vida de um homem de 80 anos numa fazenda isolada, que além da morte, espera a vinda seu filho que não vê há décadas. Com a companhia somente de seus empregados, Antônio relembra o passado e tem como única visão do mundo a grande janela de seu quarto.
Essa obra do diretor Carlos Sorín é o típico filme simples, sutil e poético. Com uma pesquisa na internet descobri que a palavra certa pra esse tipo de arte pode ser minimalista, relativo a um movimento do século XX que pregava o uso dos elementos mais fundamentais nas obras. Para quem gosta, é um prato cheio. Para outros, impossível de ver mais que 10 minutos. Eu, pelo menos, interesso.
O longa esconde muitas coisas. Não ficamos sabendo detalhes da vida de personagem. O motivo da briga com o filho, o que causou sua doença e como adquiriu a enorme fazenda onde vive. Tudo isso deixa de ser tratado, e tudo que temos são as imagens. Uma das coisas que não fazem o filme se tornar chato é a beleza da fotografia que faz um filme esteticamente agradável. Tanto as cenas filmadas no belo campo quanto as que se passam no interior da casa são bonitas. A quietude no filme também é muito interessante, pelo menos pra mim. O som do quarto do Sr. Antônio é só o tic-tac do relógio e algumas vezes as notas soltas de piano vindo da sala que estava sendo afinado por um músico.
"A janela" é um belo filme que, mesmo sendo o mais simples possível, não chega a ser monótono.
Pesquisando sobre minimalismo, achei um blog com pôsteres minimalistas de filmes e achei bem legal. Veja aqui.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Trainspotting - Sem Limites
Mais um junkie-movie legal de assistir, mas nada de extraordinário.
Mark é um jovem que, como ele mesmo afirma na primeira cena, escolheu não escolher uma vida. Ao invés disso, faz com que sua vida gire em torno de sua amante: a heroína. Entretanto, após comparecer a um tribunal, começa um tratamento pra se livrar da amada companheira, enquanto seus amigos continuam a afundar cada vez mais.
"Trainspotting" (gíria, em inglês, que se remete à aplicação de heroína na veia) é bem diferente de outros do gênero, como "Christiane F." e "Réquiem para um sonho", pois mostra através do ponto de vista do personagem principal brincalhão e libertino o submundo das drogas.
O filme escocês (perceptível pelo sotaque estranho), por vários motivos, me lembrou "Laranja Mecânica". Tanto Mark quanto o personagem Alex da obra de Kubrik, são jovens transgressores e totalmente descomprometidos com as conseqüências de suas ações. Resumindo, são cabeças-ocas, pelo menos no nosso ponto de vista careta. Outra semelhança entre os dois filmes é a leveza e sarcasmo com que temas pesados como violência e drogas foram tratados. Não há nenhum julgamento e esse filme protagonizado por Ewan McGregor chega a ser uma apologia ao uso de drogas para os espectadores mais influenciáveis, devido à facilidade que os personagens parecem lidar com esse estilo de vida.
Em algumas partes, o filme é narrado pelo personagem principal e suas falas são o elemento mais interessante do filme. As idéias insanas e cômicas de Mark foram muito bem reproduzidas e tal qualidade, que ouso chamar de poética, com certeza deve-se ao livro de Irvine Welsh no qual o longa foi baseado. No roteiro, não há uma trama definida, sendo o foco principal o relacionamento cotidiano do ex-viciado Mack com seus amigos ainda drogados. A trilha-sonora de Iggy Pop dá ao filme um ar ainda mais jovem.
Outro ponto interessante foi os elementos psicodélicos (como Mack entrando na privada ou afundando no tapete ) ilustraram de maneira criativa e bizarra as alucinações e a sensação de como é ter uma substância química tão nociva em seu organismo.
As frases interessantes de Mack e a maneira original com que “Trainspotting” tratou o assunto drogas, faz dele um filme recomendável, apesar da simplicidade do roteiro.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Aos Treze
Apesar da superficialidade e previsibilidade do roteiro, consegue atingir seu objetivo: chocar.
A história é simples: de um lado temos Tracy, garota de 13 anos, ingênua, dedicada aos estudos e uma boa filha. Do outro, temos Evie, a mais popular do colégio, sexy e descolada. Após entrar no ginásio e ver Evie sendo a personificação de tudo que ela quer ser, Tracy, da noite pro dia, se transforma na adolescente rebelde. Dessa maneira, as duas viram amigas inseparáveis num mundo de drogas, sexo e autodestruição.
O roteiro, como em "Christiane F., drogada e prostituída", se resuma à cenas de rebeldia, ódio, brigas e promiscuidade. Além disso, vemos as reações dos familiares diante da garota que acabara de perdendo. A história traz as principais questões acerca desse assunto: como mães defendem os filhos a qualquer custo, como amizades influem no comportamento dos jovens, como pais ausentes muitas vezes geram filhos fracos, etc.
A filmagem inquieta faz o filme parecer um documentário que, somado com as excelentes atuações da três protagonistas (que interpretam Tracy, sua mãe e Evie), consegue desconcertar o espectador pelo conteúdo agressivo e assusta pelo fato de duas adolescentes se encontrarem naquelas situações. Quanto mais Evie se infiltra, como uma praga, na vida e na casa de Tracy, mais desestruturadas a família e a relação mãe-filha se tornam. A influência da jovem na vida de Tracy chega a ser diabólica (Evie = evil?).
"Aos treze" cumpre seu papel e a metamorfose de Tracy durante a trama é algo interessante de se ver. Além do mais, é um ótimo filme para pais e filhos verem juntos, pois mostra a importância de se estar preparado para lidar com os conturbados adolescentes.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Avatar
Sinto-me envergonhado de, apesar de me considerar um cinéfilo, ter assistido o fenônemo mundial "Avatar" somente muitos meses depois de sua estréia. Como acontece com vários blockbusters, tendo a ignorá-los, pois geralmente são recheados somente de ação barata, roteiro fraco e alguns efeitos visuais para encobrir a fraqueza do resto. Ao ver a nova obra de James Cameron, percebi que, desta vez, errei feio.
Tudo que eu sabia de Avatar era que tinha coisas como seres azuis nativos de um planeta chamado Pandora e que os humanos se infiltravam nesse planeta portando um avatar, como se fossem um dos Navi. Além disso, ouvi que o filme continha algumas mensagens de "respeite a natureza" e coisas do tipo.
Diferente de Matrix, Avatar não é um filme de ficção científica que explora a tecnologia em si, mas sim esse novo e fantástico planeta que os humanos no filme têm acesso graças a ela. O filme não tem um conflito definido durante muito tempo, pois James Cameron reservou grande parte das cenas para simplesmente desvendar Pandora e mostrar o cotidiano do clã dos Navi que agora tinha como novo membro o forasteiro Jake, fuzileiro enviado para estudar o comportamento dos nativos e ganhar sua confiança.
A confusão se estabelece quando os humanos mostram pra que estão no lugar: explorar as riquezas do planeta, assim como fizeram com a Terra. A partir daí o filme intercala cenas passadas nas instalações humanas com as passadas no meio do clã Navi, do qual Jake, cada dia mais, se sentia parte. Predador e presa.
A ligação dos Navi com a natureza (materializada pelos "plugs" que os conectam, literalmente, aos animais e plantas) se opõe à total indiferença dos humanos com o meio-ambiente, convictos de que devem simplesmente sugar tudo que há de valioso nele e transformar em dinheiro. As vistas de encher os olhos do maravilhoso mundo e a pureza dos seus habitantes fazem o espectador sentir asco de nós mesmos, os admiráveis humanos. Nunca as relações homem-natureza e homem-poder foram tratadas tão poeticamente como nessa obra.
Palavras não conseguem descrever quão espetaculares as paisagens de Pandora são. E o mais interessante de tudo é que graças aos efeitos especiais, você vê e sente tudo aquilo. Esse foi outro equívoco meu: não imaginar como o espetáculo visual de que todos falavam podia ter a capacidade de te transportar pra dentro do filme e esquecer que aquilo tudo foi filmado num cenário de fundo verde. É impossível piscar os olhos.
Mesmo sendo capaz de emocionar pelo drama vivido pelos personagens e pela destruição causada pelo homem, o roteiro tende a valorizar mais as cenas de ação, o que o fez perder pontos para os que buscam algo mais dramático. Entretanto, Avatar é bem mais do que aquilo que me diziam e discordo totalmente do ponto de vista de muitos que dizem esse é mais um daqueles filmes com roteiro fraco e visual bom. Em minha opinião, ambos são bons. Os conflitos e os relacionamentos dos personagens podem até ser clichê, mas a originalidade da idéia geral do filme por si só merece aplausos.
Após assistir a Avatar, tive a sensação de ter experimentado alguma droga psicodélica devido ao novo mundo que surge na tela. Admito, não esperava tanto.
sábado, 20 de março de 2010
Brüno
Mais um filme bizarro de Sacha Baron Cohen. Bem melhor que “Borat”.
Nesse longa, o humorista britânico interpreta Brüno, um austríaco gay que após ser demitido da emissora em que apresentava um programa de moda,vai para os Estados Unidos junto com seu assistente para buscar meios de recuperar a fama. Suas tentativas vão de trocar um iPod por um bebê africano até tentar se tornar um heterossexual com a ajuda de um pastor.
O formato do filme é o mesmo de ‘’Borat’’: as cenas são rodadas em cenários reais, com com pessoas supostamente reais. O ‘’supostamente’’ é porque nunca teremos certeza se as reações são realmente verdadeiras ou foram planejadas. A parte em que ele participa do treinamento da Guarda Nacional americana com certeza foi ensaiada. Já a parta da luta parece realmente ter sido real, devido à reação enfurecida da platéia.
No início o filme parece ser extremamente forçado e sem graça, mas quando personagem principal se muda para os EUA e começa a protagonizar situações hilárias, sua opinião sobre o filme muda.
Sacha faz uma espécie de teste psicológico: em cada cena uma situação constrangedora e bizarra é montada e assim temos as mais inusitadas reações de todos que estão presentes. As confusões são muito bem arquitetadas, com piadas sarcásticas e perigosas como, por exemplo, levar o bebê africano comprado por ele num programa de TV voltado para o público afro-descendente. Sem dúvida as melhores cenas foram a da conversa com o pastor que converte gays e a entrevista no programa sobre seu filho adotivo. Essas e outras rendem boas gargalhadas.
O filme é todo narrado pelo personagem um sotaque austríaco pesado, que, por sinal, foi muito bem interpretado. Entretanto, tratando-se de Sacha Cohen, não poderia ter sido somente seu sotaque falso que ficaria pesado. Várias cenas são realmente pornográficas e devem assustar e constranger boa parte dos espectadores. Mesmo assim “Brüno” é recomendável tanto pela ousadia quanto pelas boas piadas que Cohen leva à tela.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Dançando no Escuro
Drama poderoso e simples. Do jeito que um filme desse gênero deve ser.
Decidi assistir esse longa graças à sua direção. Tendo assistido outros dois filmes de Lars Von Trier ("Anticristo" e "Dogville"), já tinha uma noção de seu estilo de trabalhar. Como nos outros dois, esse tem como principal característica a falta de recursos cinematográficos mais complexos. Toda a filmagem é feita com uma câmera sem tripé, cuja inquietação faz as cenas se tornarem incrivelmente reais. Como num vídeo caseiro, a câmera anda entre os personagens dando uma ampla noção de espaço, fazendo o espectador ser um participante da trama.
O roteiro é extremamente original e cativante. Selma Jeskova é uma imigrante da Tchecoslováquia que mora nos Estados Unidos para juntar dinheiro para fazer uma cirurgia nos olhos de seu filho, que pode ficar cego a qualquer momento. Com muito trabalho e lutando contra sua própria perda gradativa da visão, está prestes a conseguir o dinheiro suficiente quando ele é roubado. A partir daí, a história torna-se ainda mais dramática. Além disso, a personagem é uma admiradora de musicais, pois como ela diz, neles não há tragédia. Dessa maneira, sua história é mesclada com cenas musicais, partes de sua fantasia para fugir da realidade. Entretanto, essas foram as cenas que menos me agradaram e por isso prefiro ver o longa como um drama e não um musical. Sem algumas músicas penso que o roteiro fluiria melhor. Mesmo assim devo dizer que a música "I've seen it all" foi muito bem interpretada por Björk que, além de cantar, deu um show de atuação.
Filme brilhante, com roteiro original e um final extremamente emocionante.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Réquiem para um sonho
Mais um filme que retrata o mundo das drogas. Diferente de Eu, Christiane F., 14 anos, drogada e prostituída, esse tem um toque mais poético e dramático, envolvendo as emoções dos personagens de uma maneira mais profunda e usando a fotografia e trilha-sonora de uma maneira fantástica.
O filme possui quatro personagens centrais que levam o espectador ao mundo do vício. Sara Goldfarb é uma mulher de meia-idade que se vicia em remédios para emagrecer. Seu único filho, Harry, aplica droga todos os dias com sua namorada Maryon e seu amigo Ty. Dessa meneira, cada um dos quatro tenta correr atrás de seus sonhos ao mesmo tempo que têm sua vida indo para o fundo do poço graças às drogas.
Quando digo "uma viagem através mundo do vício", me refiro à capacidade do longa de nos transportar, principalmente atráves da trilha-sonora e da fotografia, para o universo de sensações e perturbação dos personagens. A música instrumental acompanha as histórias durante quase todo o tempo, oscilando junto com o roteiro, nos momentos de tensão, tranquilidade e desorientação. O principal objetivo do filme não foi simplesmente chocar e embrulhar o estômago do espectador (como no filme já citado no primeiro parágrafo), mas sim expôr as razões, os sentimentos, angústia e principalmente a perspectiva dos envolvidos. A cada cena todos vão se decompondo e se tornando seres perdidos, dignos de pena. A partir de um momento, você passa a vê-los como crianças carentes que vêem nas drogas uma felicidade rápida e fácil, mas totalmente artificial e efêmera.
"Réquiem para um sonho" te faz experimentar sensações perturbantes e após seu término, você sente algo parecido com uma ressaca. Com uma trama profunda, emocionante e contada de um jeito extremamente original, é bem recomendável.
Colocando em dia ...
Após um longo tempo sem postar regularmente no blog, decidi, com as férias, atualizá-lo. Essa não é a primeira vez que tento retomar as atividades no "Caderno de Cinema" mas, tendo em vista que estou com onze filmes que ainda não vi aqui em casa, espero que minha inspiração aflore dessa vez.
Para colocar o blog em dia, fiz algumas minirresenhas de alguns filmes que lembro ter visto nesse período sem postagens. Sim, foram bem poucos.
Ótima biografia de um dos maiores líderes da história. Filme excelente e bem produzido perfeito pra conhecer sua filosofia que conseguiu inspirar toda uma nação para lutar por sua independência.
Mais novo filme dos irmãos Cohen. Como "Onde os fracos não têm vez" (dos mesmos diretores), esse longa também é uma espécie de brincadeira com um tipo de história, nesse caso as de espionagem. Com Brad Pitt interpretando um papel tão bizarro quando todo o roteiro, é imperdível pra quem gosta de humor inteligente.
Filme fantástico baseado em fatos reais. Um homem abandona sua família e toda sua vida para para se transformar num andarilho que tinha como único destino as terras solitárias do Alasca. Além das paisagens legais, o filme traz muitas mensagens. Trilha-sonora de Eddie Vedder.
Há muito tempo não ria tanto assistindo um filme. Nesse novo episódio, Rui e Vani procuram uma mulher que aceite fazer ménage à trois (sexo a três) com eles. Toda a história se passa em uma noite que traz inúmeras confusões e cenas que te farão rolar de rir. Apesar do tema, o roteiro não excede na pornografia barata como sempre vemos em filmes de comédia.
Suspense que poderia ser melhor se não tivesse uma mistura trash/comédia. Tinham um roteiro que poderia ser bem assustador mas preferiram colocar cenas bizarras. Entretanto, a cena que fazem contato com o demônio Lâmia mereceu aplausos.