quarta-feira, 2 de junho de 2010

Trainspotting - Sem Limites

     
Nome original: Trainspotting
Direção: Danny Boyle
Elenco: Ewan McGregor , Ewen Bremner , Kevin McKidd , Robert Carlyle , Kelly MacDonald
Gênero: Drama
Ano: 1996
     
I chose not to choose life: I chose something else. And the reasons? There are no reasons. Who need reasons when you've got heroin?


     Mais um junkie-movie legal de assistir, mas nada de extraordinário.
     Mark é um jovem que, como ele mesmo afirma na primeira cena, escolheu não escolher uma vida. Ao invés disso, faz com que sua vida gire em torno de sua amante: a heroína. Entretanto, após comparecer a um tribunal, começa um tratamento pra se livrar da amada companheira, enquanto seus amigos continuam a afundar cada vez mais.
     "Trainspotting" (gíria, em inglês, que se remete à aplicação de heroína na veia) é bem diferente de outros do gênero, como "Christiane F." e "Réquiem para um sonho", pois mostra através do ponto de vista do personagem principal brincalhão e libertino o submundo das drogas.

     O filme escocês (perceptível pelo sotaque estranho), por vários motivos, me lembrou "Laranja Mecânica". Tanto Mark quanto o personagem Alex da obra de Kubrik, são jovens transgressores e totalmente descomprometidos com as conseqüências de suas ações. Resumindo, são cabeças-ocas, pelo menos no nosso ponto de vista careta. Outra semelhança entre os dois filmes é a leveza e sarcasmo com que temas pesados como violência e drogas foram tratados. Não há nenhum julgamento e esse filme protagonizado por Ewan McGregor chega a ser uma apologia ao uso de drogas para os espectadores mais influenciáveis, devido à facilidade que os personagens parecem lidar com esse estilo de vida.
     Em algumas partes, o filme é narrado pelo personagem principal e suas falas são o elemento mais interessante do filme. As idéias insanas e cômicas de Mark foram muito bem reproduzidas e tal qualidade, que ouso chamar de poética, com certeza deve-se ao livro de Irvine Welsh no qual o longa foi baseado. No roteiro, não há uma trama definida, sendo o foco principal o relacionamento cotidiano do ex-viciado Mack com seus amigos ainda drogados. A trilha-sonora de Iggy Pop dá ao filme um ar ainda mais jovem.
     Outro ponto interessante foi os elementos psicodélicos (como Mack entrando na privada ou afundando no tapete ) ilustraram de maneira criativa e bizarra as alucinações e a sensação de como é ter uma substância química tão nociva em seu organismo.
     As frases interessantes de Mack e a maneira original com que “Trainspotting” tratou o assunto drogas, faz dele um filme recomendável, apesar da simplicidade do roteiro.


     
Conceito: Bom

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