
Londres, 1950. Numa Inglaterra pós-guerra, Vera Drake concilia sua vida simples dedicada à família com sua rotina secreta de ajudar jovens a cometerem aborto, até que uma delas é levada ao hospital por complicações, trazendo o segredo de Drake à tona para a justiça e conhecidos.
Desde o início do filme a construção da personagem principal visa enfocar a simplicidade de sua vida e sua popularidade entre a vizinhança graças à sua solidariedade e simpatia. Dessa maneira, logo de início já começamos a buscar argumentos para entender e justificar as atitudes de Vera que a levariam aos tribunais em breve. Em cada caso onde o aborto é provocado, vemos diferentes tipos de mães, que buscaram ajuda de Drake por diversos motivos: excesso de filhos, estupro, traição ou só jovens descuidadas e reincidentes no aborto forçado. Com toda essa pluralidade de razões, é fácil notar porque o tema é tão polêmico, inclusive bastante recorrente hoje em discussões políticas e éticas. É possível ver Vera Drake como uma assassina qualquer mesmo sendo suas intenções de ajudar, gratuitamente, as aflitas jovens, tão visíveis? O roteiro e a maneira que foi elaborado trazem mais situações que favorecem a personagem, contrapondo-se somente às passagens nas quais ela demonstra uma demasiada ingenuidade e serenidade, que pode ser tomada como frieza e falta de escrúpulo.

Indicado a 3 Oscar, Vera Drake é um bom filme para ilustrar o tema do aborto e para ver porque Stauton ganhou diversos prêmios de Melhor Atuação.
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