sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Janela

     
Nome original: La Ventana
Direção: Carlos Sorín
Elenco:Antonio Larreta, Maria del Carmen Jiménez, Alberto Ledesma,
Gênero: Drama
Ano: 2008
     

      Filme argentino sobre o último dia de vida de um homem de 80 anos numa fazenda isolada, que além da morte, espera a vinda seu filho que não vê há décadas. Com a companhia somente de seus empregados, Antônio relembra o passado e tem como única visão do mundo a grande janela de seu quarto.
      Essa obra do diretor Carlos Sorín é o típico filme simples, sutil e poético. Com uma pesquisa na internet descobri que a palavra certa pra esse tipo de arte pode ser minimalista, relativo a um movimento do século XX que pregava o uso dos elementos mais fundamentais nas obras. Para quem gosta, é um prato cheio. Para outros, impossível de ver mais que 10 minutos. Eu, pelo menos, interesso.
      O longa esconde muitas coisas. Não ficamos sabendo detalhes da vida de personagem. O motivo da briga com o filho, o que causou sua doença e como adquiriu a enorme fazenda onde vive. Tudo isso deixa de ser tratado, e tudo que temos são as imagens. Uma das coisas que não fazem o filme se tornar chato é a beleza da fotografia que faz um filme esteticamente agradável. Tanto as cenas filmadas no belo campo quanto as que se passam no interior da casa são bonitas. A quietude no filme também é muito interessante, pelo menos pra mim. O som do quarto do Sr. Antônio é só o tic-tac do relógio e algumas vezes as notas soltas de piano vindo da sala que estava sendo afinado por um músico.
      "A janela" é um belo filme que, mesmo sendo o mais simples possível, não chega a ser monótono.
     

Conceito: Bom

     
Pesquisando sobre minimalismo, achei um blog com pôsteres minimalistas de filmes e achei bem legal. Veja aqui.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Trainspotting - Sem Limites

     
Nome original: Trainspotting
Direção: Danny Boyle
Elenco: Ewan McGregor , Ewen Bremner , Kevin McKidd , Robert Carlyle , Kelly MacDonald
Gênero: Drama
Ano: 1996
     
I chose not to choose life: I chose something else. And the reasons? There are no reasons. Who need reasons when you've got heroin?


     Mais um junkie-movie legal de assistir, mas nada de extraordinário.
     Mark é um jovem que, como ele mesmo afirma na primeira cena, escolheu não escolher uma vida. Ao invés disso, faz com que sua vida gire em torno de sua amante: a heroína. Entretanto, após comparecer a um tribunal, começa um tratamento pra se livrar da amada companheira, enquanto seus amigos continuam a afundar cada vez mais.
     "Trainspotting" (gíria, em inglês, que se remete à aplicação de heroína na veia) é bem diferente de outros do gênero, como "Christiane F." e "Réquiem para um sonho", pois mostra através do ponto de vista do personagem principal brincalhão e libertino o submundo das drogas.

     O filme escocês (perceptível pelo sotaque estranho), por vários motivos, me lembrou "Laranja Mecânica". Tanto Mark quanto o personagem Alex da obra de Kubrik, são jovens transgressores e totalmente descomprometidos com as conseqüências de suas ações. Resumindo, são cabeças-ocas, pelo menos no nosso ponto de vista careta. Outra semelhança entre os dois filmes é a leveza e sarcasmo com que temas pesados como violência e drogas foram tratados. Não há nenhum julgamento e esse filme protagonizado por Ewan McGregor chega a ser uma apologia ao uso de drogas para os espectadores mais influenciáveis, devido à facilidade que os personagens parecem lidar com esse estilo de vida.
     Em algumas partes, o filme é narrado pelo personagem principal e suas falas são o elemento mais interessante do filme. As idéias insanas e cômicas de Mark foram muito bem reproduzidas e tal qualidade, que ouso chamar de poética, com certeza deve-se ao livro de Irvine Welsh no qual o longa foi baseado. No roteiro, não há uma trama definida, sendo o foco principal o relacionamento cotidiano do ex-viciado Mack com seus amigos ainda drogados. A trilha-sonora de Iggy Pop dá ao filme um ar ainda mais jovem.
     Outro ponto interessante foi os elementos psicodélicos (como Mack entrando na privada ou afundando no tapete ) ilustraram de maneira criativa e bizarra as alucinações e a sensação de como é ter uma substância química tão nociva em seu organismo.
     As frases interessantes de Mack e a maneira original com que “Trainspotting” tratou o assunto drogas, faz dele um filme recomendável, apesar da simplicidade do roteiro.


     
Conceito: Bom