Filme argentino sobre o último dia de vida de um homem de 80 anos numa fazenda isolada, que além da morte, espera a vinda seu filho que não vê há décadas. Com a companhia somente de seus empregados, Antônio relembra o passado e tem como única visão do mundo a grande janela de seu quarto.
Essa obra do diretor Carlos Sorín é o típico filme simples, sutil e poético. Com uma pesquisa na internet descobri que a palavra certa pra esse tipo de arte pode ser minimalista, relativo a um movimento do século XX que pregava o uso dos elementos mais fundamentais nas obras. Para quem gosta, é um prato cheio. Para outros, impossível de ver mais que 10 minutos. Eu, pelo menos, interesso.
O longa esconde muitas coisas. Não ficamos sabendo detalhes da vida de personagem. O motivo da briga com o filho, o que causou sua doença e como adquiriu a enorme fazenda onde vive. Tudo isso deixa de ser tratado, e tudo que temos são as imagens. Uma das coisas que não fazem o filme se tornar chato é a beleza da fotografia que faz um filme esteticamente agradável. Tanto as cenas filmadas no belo campo quanto as que se passam no interior da casa são bonitas. A quietude no filme também é muito interessante, pelo menos pra mim. O som do quarto do Sr. Antônio é só o tic-tac do relógio e algumas vezes as notas soltas de piano vindo da sala que estava sendo afinado por um músico.
"A janela" é um belo filme que, mesmo sendo o mais simples possível, não chega a ser monótono.
Pesquisando sobre minimalismo, achei um blog com pôsteres minimalistas de filmes e achei bem legal. Veja aqui.