Primeiro filme de Lars Von Trier feito de acordo com os princípios do Dogma 95 reforça minha condição de grande admirador do cineasta.
O filme mostra um grupo que forma uma espécie de sociedade alternativa na qual o objetivo é se passar por afetados mentais, tirando sarro em diversas situações e causando constrangimento nas pessoas. No início do filme vemos os personagens interpretando doentes mentais simplesmente para tirar proveito ou para pregar uma peça em desconhecidos. Contudo, com o decorrer da história e a câmera (que devido à brilhante direção parece estar infiltrada entre o grupo) focando o grupo isolado em uma casa, conflitos mais densos começam a surgir, como por exemplo, a discussão sobre a falta de ética em enganar as pessoas e se realmente o objetivo da minissociedade estava sendo cumprido pelos seus integrantes.
Dentre os personagens, há uma flutuante, chamada Karen, que se junta ao grupo por falta de opção, mas que está longe de querer ser uma rebelde anarquista. Sendo assim, é a mais intrigante e a que protagoniza a cena final, digna de aplausos.
Além da originalidade do roteiro de Lars Von Trier e do uso Dogma 95 (que faz com que o filme se pareça com um vídeo caseiro), é inacreditável que aqueles são atores fazendo papéis. O entrosamento e atuação de todos beiram a perfeição.
“Os idiotas”, ao contrário do que parece no início, é um filme que, como todos do diretor, faz pensar, e de um jeito tão instigante e inovador que suas duas horas de duração passam num piscar de olhos.
sábado, 12 de janeiro de 2013
Os Idiotas
Assinar:
Postagens (Atom)