sexta-feira, 21 de maio de 2010

Aos Treze

     
Nome original:Thirteen
Direção:Catherine Hardwicke
Elenco:Evan Rachel Wood, Holly Hunter, Nikki Reed, Jeremy Sisto ,Brady Corbet.
Gênero: Drama
Ano: 2003
     

     Apesar da superficialidade e previsibilidade do roteiro, consegue atingir seu objetivo: chocar.

     A história é simples: de um lado temos Tracy, garota de 13 anos, ingênua, dedicada aos estudos e uma boa filha. Do outro, temos Evie, a mais popular do colégio, sexy e descolada. Após entrar no ginásio e ver Evie sendo a personificação de tudo que ela quer ser, Tracy, da noite pro dia, se transforma na adolescente rebelde. Dessa maneira, as duas viram amigas inseparáveis num mundo de drogas, sexo e autodestruição.
     O roteiro, como em "Christiane F., drogada e prostituída", se resuma à cenas de rebeldia, ódio, brigas e promiscuidade. Além disso, vemos as reações dos familiares diante da garota que acabara de perdendo. A história traz as principais questões acerca desse assunto: como mães defendem os filhos a qualquer custo, como amizades influem no comportamento dos jovens, como pais ausentes muitas vezes geram filhos fracos, etc.

     A filmagem inquieta faz o filme parecer um documentário que, somado com as excelentes atuações da três protagonistas (que interpretam Tracy, sua mãe e Evie), consegue desconcertar o espectador pelo conteúdo agressivo e assusta pelo fato de duas adolescentes se encontrarem naquelas situações. Quanto mais Evie se infiltra, como uma praga, na vida e na casa de Tracy, mais desestruturadas a família e a relação mãe-filha se tornam. A influência da jovem na vida de Tracy chega a ser diabólica (Evie = evil?).
     "Aos treze" cumpre seu papel e a metamorfose de Tracy durante a trama é algo interessante de se ver. Além do mais, é um ótimo filme para pais e filhos verem juntos, pois mostra a importância de se estar preparado para lidar com os conturbados adolescentes.


Conceito: Muito Bom

     

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Avatar

     
Nome original: Avatar
Direção:James Cameron
Elenco: Sam Worthington , Zoe Saldana , Michelle Rodriguez , Sigourney Weaver , Giovanni Ribisi
Gênero:Ficção
Ano:2009



     Sinto-me envergonhado de, apesar de me considerar um cinéfilo, ter assistido o fenônemo mundial "Avatar" somente muitos meses depois de sua estréia. Como acontece com vários blockbusters, tendo a ignorá-los, pois geralmente são recheados somente de ação barata, roteiro fraco e alguns efeitos visuais para encobrir a fraqueza do resto. Ao ver a nova obra de James Cameron, percebi que, desta vez, errei feio.
     Tudo que eu sabia de Avatar era que tinha coisas como seres azuis nativos de um planeta chamado Pandora e que os humanos se infiltravam nesse planeta portando um avatar, como se fossem um dos Navi. Além disso, ouvi que o filme continha algumas mensagens de "respeite a natureza" e coisas do tipo.
     Diferente de Matrix, Avatar não é um filme de ficção científica que explora a tecnologia em si, mas sim esse novo e fantástico planeta que os humanos no filme têm acesso graças a ela. O filme não tem um conflito definido durante muito tempo, pois James Cameron reservou grande parte das cenas para simplesmente desvendar Pandora e mostrar o cotidiano do clã dos Navi que agora tinha como novo membro o forasteiro Jake, fuzileiro enviado para estudar o comportamento dos nativos e ganhar sua confiança.
     A confusão se estabelece quando os humanos mostram pra que estão no lugar: explorar as riquezas do planeta, assim como fizeram com a Terra. A partir daí o filme intercala cenas passadas nas instalações humanas com as passadas no meio do clã Navi, do qual Jake, cada dia mais, se sentia parte. Predador e presa.
     A ligação dos Navi com a natureza (materializada pelos "plugs" que os conectam, literalmente, aos animais e plantas) se opõe à total indiferença dos humanos com o meio-ambiente, convictos de que devem simplesmente sugar tudo que há de valioso nele e transformar em dinheiro. As vistas de encher os olhos do maravilhoso mundo e a pureza dos seus habitantes fazem o espectador sentir asco de nós mesmos, os admiráveis humanos. Nunca as relações homem-natureza e homem-poder foram tratadas tão poeticamente como nessa obra.

     Palavras não conseguem descrever quão espetaculares as paisagens de Pandora são. E o mais interessante de tudo é que graças aos efeitos especiais, você vê e sente tudo aquilo. Esse foi outro equívoco meu: não imaginar como o espetáculo visual de que todos falavam podia ter a capacidade de te transportar pra dentro do filme e esquecer que aquilo tudo foi filmado num cenário de fundo verde. É impossível piscar os olhos.
     Mesmo sendo capaz de emocionar pelo drama vivido pelos personagens e pela destruição causada pelo homem, o roteiro tende a valorizar mais as cenas de ação, o que o fez perder pontos para os que buscam algo mais dramático. Entretanto, Avatar é bem mais do que aquilo que me diziam e discordo totalmente do ponto de vista de muitos que dizem esse é mais um daqueles filmes com roteiro fraco e visual bom. Em minha opinião, ambos são bons. Os conflitos e os relacionamentos dos personagens podem até ser clichê, mas a originalidade da idéia geral do filme por si só merece aplausos.
     Após assistir a Avatar, tive a sensação de ter experimentado alguma droga psicodélica devido ao novo mundo que surge na tela. Admito, não esperava tanto.


     
Conceito: Excelente